"Somos o que comemos" é uma reportagem que a Sic fez, muito boa, muito atrativa e muito bem fundamentada.
Tento todos os dias alimentar-me bem, há anos que cortei os sumos às refeições, raramente como aperitivos de saco, só quando o rei faz anos bebo refrigerantes, tento ter refeições saudáveis que incluam sempre sopa e vegetais, faço exercício físico, enfim, faço tudo o que posso para ser mais saudável, mas raramente recuso um doce. Sou gulosa, gosto de um gelado, adoro chocolate e sou a esposa do monstro das bolachas.Claro que nisto também tento ter alguma moderação, se comesse um doce sempre que me apetecesse, neste momento andava a rebolar. Tento fazê-lo com consciência.
Acredito que a nossa sociedade hoje, principalmente entre os mais novos, é muito consumista de produtos industrializados. Eles estão em todos os supermercados e a publicidade faz com que os miúdos delirem por um bolicão, por um pacote de batatas fritas, ou uns pacotes de leite com chocolate. No entanto, acho que esta é uma reportagem que tenta espalhar o pânico, e isso a mim irrita-me. Os pobres pais que aparecem nesta reportagem são retratados quase como uns inconscientes que tentaram matar os filhos. Acho que nenhum pai, daqueles que estão no seu perfeito juízo, quer fazer mal a um filho, mas desconhecendo a composição de certos alimentos, que nunca lhes explicaram que fariam mal, eles deram-nos às suas crianças.
Esta reportagem é como certos alimentos tem que ser vista com conta, peso e medida.
Consome-se demasiado açúcar, o açúcar faz muito mal e pode levar a doenças graves, mas convém perceber que um gelado de vez em quanto não vai matar ninguém, e que se se tiver uma vida mais ativa pode-se comer um bolo uma vez por outra, por exemplo.
Digo muitas vezes que seria infeliz se não pudesse comer doces, e a infelicidade também não faz nada bem.
Não gosto da teoria do "assustar as pessoas", irrita-me estas certezas absolutas do "eu é que faço bem porque não como nada que faça mal, nunca".
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