sexta-feira, 14 de junho de 2013

Os filhos vêm e a boa vida vai-se?


Ontem estive à conversa com um casal de alemães que vieram de férias aos Açores e que com eles traziam uma das crianças mais simpáticas que já conheci. O miúdo, Antony, não devia ter mais de um ano, estava no seu carrinho de bebé, que mais parecia um avião, (hoje há carrinho de transporte que levam mais tralha que um smart) e sorria a bom sorrir para toda a gente, era um autêntico galã, verdade seja dia!
Os 3 já tinham passado por São Miguel, Faial, Pico, São Jorge e agora Terceira, estavam a adorar os Açores, e pelo que percebi andavam bastante a pé, e aproveitavam para ver tudo como deve ser. Estavam encantados com as ilhas e eram todos eles, pais e filho, encantadores.
Ao almoço disse ao meu namorado que finalmente eu cedia, que podíamos ter um filho (o relógio biológico do homem já despertou há muito), mas que tinha que ser aquela fofura de olhos claros chamado Antony, mas que se calhar os pais da criança não iam achar muita graça à ideia. Conversa puxa conversa e começámos a falar sobre aquelas pessoas que dizem que os filhos sugam a vida dos pais e que depois de terem filhos acabou-se a boa vida, as viagens, as noites com os amigos...E este casal acabava por ser a prova de que realmente se consegue continuar a viver coisas boas, novas experiências e até porque não,conhecer 5 ilhas em meia dúzia de dias. Eu que nestas coisas de filhos vejo sempre o cenário mais negro (aqui o positivismo falha) aleguei logo que este era um caso muito especial porque aquela criança era um doce, super bem-disposta e que certamente era mais fácil assim, que há crianças que têm febres, diarreias e chatices sempre que mudam de rotinas, e que aí a coisa deverá ser mais difícil, e que os pais destes meninos certamente não se podem aventurar muito.
Depois de muita conversa e 4 opiniões diferentes chegámos à conclusão que depende de muitos factores, mas que essencialmente depende de atitude perante a vida, de se ser mais aventureiro ou mais comodista. Claro que não é tão fácil carregar biberões, comidinhas, carrinho, brinquedos e fraldas, ao invés de calções de praia e bikini, mas com vontade e descontração tudo será possível.
A questão é que se calhar muitas vezes as pessoas se acomodam, andam mais cansadas e deixam-se estar, e “vamos amanhã”, “vamos para a semana” e deixam-se cair num ciclo de comodismo.
Mas atenção, estas foram as conclusões de 4 pessoas sem filhos, se calhar se tivéssemos um ou dois, ou quatro ou cinco a conclusão seriam diferente.

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