quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Mania de mandar na vida dos outros

Esqueça tudo o que os outros pensam e dizem. Faça apenas o que te faz feliz. #esqueceer #pensar #dizer #feliz #felicidade
daqui
Como eu sou açoriana e o meu namorado é alentejano, não conseguimos passar os natais juntos. Cada um tem a sua família, cada um tem a sua terra é natural que cada um queira estar com os seus. Para nós é assim que faz sentido, mas julgo que para muitas pessoas não.
Há uns dias uma conhecida dizia-me que o irmão que também namora com uma rapariga do continente tem o problema dos natais, “sabes é que como eles já vivem juntos já tem de ser um ano cá um ano lá”. Nem lhe disse que esse era também o meu caso, e que isso não nos obrigava a fazer o mesmo.
Confesso que adorava passar o Natal com o rapaz cá de casa, mas também me custaria imenso deixar de estar com a minha família nesta época. Por isso, enquanto nos apetecer continuar separados mas juntos dos nossos é assim que vamos fazer.
Aliás, para mim, esta coisa de “agora que já vivem juntos têm de…”, e “agora és casada não podes ir sozinha” é que faz com que muitos casais que namoravam, e até já viviam juntos há algum tempo, não aguentem tempo nenhum juntos depois de casarem e ao fim de alguns anos (ou até meses) se separem.
É que as pessoas, sociedade e sei lá mais o quê metem uma pressão nos casais que faz com que eles não aguentem. Depois de casados já têm de fazer tudo juntos, já fica mal passarem o natal separados, “já não se entende como é que ela ainda sai sozinha com as amigas”, e” que escândalo ela viajou sozinha, sem ele”, e “então não é que não tiram as férias na mesma altura do ano”, e “claro que tens de lhe dar satisfações sobre onde gastas o teu dinheiro, ele é teu marido”, “andam aí a dar beijos na boca na rua, já não são nenhuns namoradinhos”, “claro que ela vai contigo ao jantar da empresa, ela é tua mulher”, “como é que vais almoçar a casa dos teus pais ao domingo e o teu marido não te acompanha”…enfim, e mais umas quantas indignações. E claro, o casal que não ligava nenhuma a estas coisas, e que vivia sem ter de respeitar a “lei dos casados”, começa a achar que se calhar os outros até têm razão e vá de começar a cobrar ao outro tudo aquilo que antes não fazia comichão nenhuma, e que até era bastante normal. E a dinâmica muda, e as chatices começam a aparecer, e a pessoa que temos ao nosso lado está diferente, “ele nunca ligava a estas coisas”. Alguns casais adaptam-se, outros fazem o pacto de orelhas moucas, e outros não aguentam a pressão.

 Acho que o segredo é tentarmos viver bem com as nossas escolhas, se para nós é importante que o nosso namorado nos acompanhe naquele evento chato do trabalho, também é importante que o nosso marido faça o mesmo, mas se por outro lado gostamos de reunir as amigas sem namorados, claro que vamos continuar a gostar de o fazer sem os maridos. Há que saber o que queremos, e muitas vezes (tantas) não ligar ao que será bem ou mal visto se isso não nos fizer feliz

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